Promovida pela SBEM e realizada no auditório do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE), no Rio de Janeiro, a conferência com o Dr. Christian Torp-Pedersen, professor do Gentofte Hospital, em Copenhagen, durou cerca de duas horas na manhã de hoje (13 de junho) e contou com a mediação do Dr. Ricardo Meirelles, diretor do IEDE, e do Dr. Walmir Coutinho, eleito para a presidência da International Association for the Study of Obesity (IASO) e ex-presidente da ABESO.
Durante a palestra intitulada "Sibutramine, the SCOUT Study Results and Implications", que contou com o apoio do Instituto de Ginecologia da UFRJ, o Dr. Christian, um dos pesquisadores do estudo SCOUT sobre a sibutramina, apresentou o perfil geral das 10.744 pessoas analisadas, provenientes de vários países, cuja maioria apresentava problemas cardiovasculares.
Diante do público presente, o cardiologista dinamarquês conclui que se a sibutramina tivesse que ser proibida como último recurso, outras drogas também deveriam ser retiradas de circulação por causarem efeitos letais -lembrando que o diclofenaco, com riscos mortais para os pacientes, é vendido em vários países, mesmo com alternativas mais seguras disponíveis.
Para o Dr. Ricardo Meirelles, diretor do IEDE, a importância da exposição do Dr. Christian - um dia antes do Painel Internacional sobre Inibidores de Apetite, na ANVISA – está na divulgação mais ampla do estudo SCOUT, o qual deu origem à discussão em torno da sibutramina.
- Além de ter trabalhado diretamente na pesquisa, o Dr. Christian é cardiologista, e trouxe o ponto de vista da cardiologia. E, como pudemos ver, ele é absolutamente favorável à manutenção da substância no mercado - afirmou.
A autonomia dos pacientes durante o tratamento também foi defendida pelo especialista. O que os médicos devem fazer é informá-los sobre tais riscos, lembrou o Dr. Ricardo, o qual chamou atenção para a diferença entre a prática clínica e estudos como o SCOUT:
- Em estudos como aquele, o paciente continua tomando o medicamento mesmo que não responda ao tratamento. Mas, na prática clínica, nós suspendemos ou trocamos de substância. Isso cria um viés na interpretação dos resultados – ponderou.
abeso